Fernanda Widen (Facebook)
Nos dias 18 e 19 de novembro, tivemos a oportunidade de participar da Conferência W3C Web.br 2013, uma das mais importantes do país quando o assunto é internet e tecnologia. Com o tema central "Todos os caminhos levam à web", a conferência contou com nomes importantes do cenário digital, como a Fernanda Weiden, brasileira que trabalha em Palo Alto para o Facebook e o Kris Borchers, diretor executivo da jQuery Foundation.
Entre palestras técnicas e teóricas, é importante destacar as questões mais pronunciadas por diversos speakers: a acessibilidade e a popularização da internet no país. Saímos de tímidos 100 mil usuários em 1996, para pouco mais de 100 milhões em 2103. É um número que impressiona, mas que ainda é considerado baixo, se levarmos em conta o tamanho da população brasileira.
Fazendo um paralelo próximo ao livro A Nova Era Digital de e Eric Schmidt e Jared Cohen, os palestrantes frisaram a importância da difusão dos meios móveis aqui no Brasil para que o acesso à internet seja mais democrática. É, no entanto, um processo lento que ainda não alcança muitas parcelas da nossa população. Fica claro que no mundo todo sempre teremos pessoas mais ricas que, consequentemente, terão mais acesso a tecnologias de ponta. No entanto, o barateamento das redes móveis e seus smartphones tem possibilitado, mesmo que a passos de tartaruga, que a internet chegue em pontos importantes do Brasil, antes inacessíveis. Ter um celular conectado ao 3G permite que populações mais pobres tenham acesso livre à informação, seja através de redes sociais, seja por meio de sites populares de notícias.
Kris Borchers (jQuery Foundation)
Do ponto de vista mais técnico, Kris Borchers defendeu a questão da open web, conceito que difunde tanto a abertura de códigos, como também a de conteúdo. O keynote speaker falou da importância da colaboração, uma ação conjunta quem vem melhorar a produção na web onde conteúdo e desenvolvimento são disponilizados gratuitamente e produzidos por inúmeras mãos.
Acessibilidade e design responsivo
Do ponto de vista da produção para web - seja através do layout ou do conteúdo digital - fica evidente a força do design responsivo. Esta prática de trabalho vem permitir a adequação de sites, portais e redes sociais para inúmeros tipos de aparelhos móveis (do tablet ao smartphone) de forma que o usuário acesse apenas um endereço, caindo por terra práticas como "m.site.com.br", onde o "m" indicava que aquela era a URL do site para celular.
Bruno Azevedo (Agência Marimbondo) / Debate: Como progredir na web?
Para Bruno Azevedo, palestrante da "Responsivo na prática", o design responsivo significa entregar a melhor experiência possível ao usuário independente do seu dispositivo. Ou seja, o site deve ser carregado em sua íntegra com rapidez e leveza sem que o usuário sequer perceba a diferença de acessa-lo de seu desktop ou de seu smartphone.
Ao mesmo passo, os palestrantes foram enfáticos na questão da acessibilidade do ponto de vista do deficiente. Se lutamos por uma internet mais democrática, acessível a todos, devemos também levar em consideração a visita destes usuários, através de boas práticas que permitem que eles usem aplicativos que lêem o conteúdo em voz alta, por exemplo. Logo, cai ainda mais a prática de sites feitos em Flash e em 100% de imagens, de forma que estes tipos de site não podem ser lidos, nem por aplicativos de leitura para deficientes visuais, tampouco pelo próprio Google.
Por outro lado, fica mais difundido o WAI-ARIA, prática presente no HTML 5, que permite ainda mais categorizar a importância do conteúdo e suas seções na tela. Ou seja, agora conseguimos identificar com clareza o que é e onde está o menu de um site, sua busca, contatos e conteúdo principal, de forma que o deficiente poderá navegar sempre linearmente e, mesmo sem enxergar, será capaz de se localizar na tela.
Por fim, a palestra "HTML 5 Sensitivo: seu browser no plano astral", com Caio Gondim da Globo.com, apontou experimentos envolvendo o HTML e o ambiente físico. Gondim apresentou novas técnicas que permitem a interação do usuário com luminosidade, som e câmera. Esses recursos trazem avanços que fazem possíveis a utilização de gestos e controles vocais, auxiliando, por exemplo, a acessibilidade a deficientes com capacidade motora prejudicada e também aos deficientes visuais.
É o começo de uma web mais democrática e acessível?
Saberemos em breve! Que venha a próxima conferência 2014!
É o começo de uma web mais democrática e acessível?
Saberemos em breve! Que venha a próxima conferência 2014!
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